Síndrome de Ovário Poliquístico e o impacto na Fertilidade Feminina

Síndrome de Ovário Poliquístico e o impacto na Fertilidade Feminina

O que é?

A síndrome de ovário poliquístico (SOP) afeta aproximadamente 6% da população feminina, sendo a patologia hormonal mais frequente em mulheres em idade reprodutiva.

A SOP define-se como um desequilíbrio a nível hormonal em que os ovários produzem mais testosterona do que é suposto e, consequentemente, os óvulos produzidos não são libertados, formando possíveis quistos.

Este desequilíbrio é também frequentemente associado à infertilidade, a um maior risco de desenvolver diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e a uma maior prevalência de cancro do endométrio.

 

Causas

A SOP é uma doença que ainda deixa algumas dúvidas relativamente ao que a provoca, mas aparece mais frequentemente em mulheres com:

-Excesso de peso e obesidade;

-Diabetes;

-Familiares com a síndrome.

Sintomas

Os sintomas podem ser variados, tal como a sua frequência. Geralmente, esta doença manifesta-se através de:

-Menstruações irregulares;

-Amenorreia (ausência de menstruação);

-Acne;

-Crescimento de pelos escuros e grossos. em locais onde normalmente os homens têm (hirsutismo);

-Excesso de peso ou obesidade.

Habitualmente, é uma doença que não causa dores na barriga e também não faz engordar, apesar de estar relacionada, como uma das causas, com o excesso de peso e obesidade.

 

Diagnóstico

O facto de ser uma doença, como o nome indica, que leva ao aparecimento de quistos nos ovários, não quer dizer que todas as mulheres que os tenham sejam, necessariamente, diagnosticadas com SOP.

Para o diagnóstico há pelos menos dois de três critérios que necessitam estar presentes:

-Poucas menstruações e/ou anovulação (ausência de ovulação);

-Sinais clínicos e/ou laboratoriais, através de análises, que demonstrem o aumento das hormonas masculinas;

-Ovários poliquísticos e exclusão de outras explicações (outras doenças) para tal estar a acontecer.

Na maior parte dos casos, estes podem ser diagnosticados com base no historial clínico e sintomas, bem como através de um exame físico. Também a ecografia pélvica pode confirmar o diagnóstico.

 

Tratamento

Cada caso apresenta diferentes especificidades, e, por isso deve ser analisado individualmente.

Apesar de ainda não haver cura para esta doença, há tratamentos e algumas medidas para aliviar os sintomas:

-Alterar o estilo de vida pode ser o primeiro passo: uma alimentação mais equilibrada e a prática de exercício físico regular, podem melhorar muito algumas consequências da SOP, como, por exemplo, a subfertilidade (diminuição da fertilidade, mas não uma completa incapacidade de engravidar);

-A redução de peso, aliada a um estilo de vida equilibrado, poderá levar à retoma dos ciclos de ovulação (as menstruações regulares);

Além destas medidas há ainda tratamento médico e cirúrgico que deve ser adaptado às características de cada caso.

No caso do tratamento médico, este é feito através da pílula anticoncecional específica para a SOP, que ajuda no controlo de algumas hormonas, e de outros fármacos específicos para limitar o excesso de testosterona ou a ação da testosterona existente.

No caso das medidas e do tratamento médico não mostrarem eficácia, o tratamento cirúrgico deve ser uma opção. O tratamento é, normalmente, realizado por laparoscopia, sob anestesia geral e consiste na destruição parcial do tecido ovárico, por meio de energia elétrica/térmica.

Todo o processo de tomada de decisão para a hipótese de realizar a cirurgia deve ser acompanhado por um médico, além de todo o processo até aí.

Não há forma de prevenir esta doença, mas através da alimentação e do controlo do peso é possível prevenir algumas patologias associadas à SOP, como por exemplo, as doenças cardiovasculares ou a diabetes.

 

Mulheres com SOP podem engravidar?

Tudo depende do diagnóstico de cada caso, que deve ser feito por especialistas, de forma a perceber se existe essa possibilidade através de um tratamento.

Há mulheres com SOP que engravidam, apenas têm de fazer algumas mudanças e ser acompanhadas por bons especialistas.

Cuidar de si é fundamental.

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