Conferência "Qualidade Seminal: Estilo de Vida vs Genética"
“Espanha encontra-se próximo das melhores médias europeias em relação á qualidade seminal dos homens"
Badajoz, 27 de Abril de 2011
O Dr. José Antonio Castilla deu ontem uma palestra sobre a Qualidade Seminal num acto organizado pelo Instituto Extremeño de Reproducción Asistida o qual lotou o salão do Edificio Tecnoláser.
A conferência foi de interesse geral, adaptada tanto aos especialistas na matéria presentes bem como a aqueles não tão especializados. Falou sobre a qualidade seminal na espécie humana, a qual se encontra bastante distante da espécie animal, colocando como exemplo tanto a produção diária de espermatozoides por gramo de tésticulo ( 24 milh./ratos, 25 milh./coelhos, 4,4milh./homem), como a duração de produção de espermatozóides, sendo a espécie humana a que mais tarda (35 días rato, 48 días coelho, 75 o homem), ou a produção diária do número de espermatozóides sendo o touro o que mais produz (900milh) daí a expressão “estás como um touro” seguido do mandril (350milh) e do homem (100 milh.)
Por outro lado, concluiu que há diversos estudos realizados e com parâmetros comprovados, que determinam que as mães obesas, as fumadoras, aquelas que bebem álcool (mais de 4 vezes por semana) ou as que comem mais de 7 hamburgueres por semana durante a gravidez, vêem os seus fetos afectados por esses maus hábitos e uma vez que nascem e se convertem em adultos, estes têm pior qualidade seminal.
Também afirma, que determinados estudos demonstram que a exposição a pesticidas produzem hipospedia, o que afecta o desenvolvimento urogenital.
Por tudo isto, é de vital importância o estilo de vida desenvolvido durante a permanência no útero. Frisou também que ações como tomar café ou dar de mamar ao bébé, não influem na qualidade seminal deste quando adulto.
Na segunda parte, o Dr. Castilla falou sobre a influência de determinados hábitos em adolescentes, sempre apoiado em estudos, e a sua influência sobre a qualidade seminal. Apresentou como exemplo os adolescentes de 15-16 anos e fumadores que terão pior qualidade seminal quando atinjam a idade adulta. Não há estudos que demonstrem que o álcool ou o café deteriorem a qualidade seminal, o mesmo não dizer da coca cola, mas só naquelas pessoas que tomem mais de 16 colas/semana.
Outros factores que afectam negativamente a qualidade seminal são o Índice de Massa Corporal, tanto em excesso como por defeito. Um exercício físico intenso diminui o número de espermatozóides em comparação com uma actividade física moderada, como por exemplo em triatletas, ou nos jogadores de waterpolo profissional devido á sua exposição continua á temperatura da água.
Em relação ao stress, o Dr. Castilla expõe que a realizão de estudos e a quantificação do stress pode ser algo subjectiva, pelo que os estudos realizados medem o stress social, quer dizer, aqueles que se encontram desempregados, em situação de divorcio, insolvência financeira, etc. Todos eles diminuem a qualidade seminal.
Em relação a factores actuais como o uso de telemóveis, conclui que os estudos realizados são demasiado pequenos e embrionários para se obterem conclusões. Isso sim, menciona de um modo geral, que a zona genital ao estar exposta a maiores temperaturas sofre uma diminuição na qualidade do sémen, colocou como exemplo a utilização de computadores portáteis sobre as pernas.
Para concluir, o Dr. Castilla falou sobre a qualidade seminal dos espanhóis na que Espanha se encontra próximo ás melhores médias Europeias, sendo estas a Noruega, Alemanha e Dinamarca.
O Dr. Castilla finalizou a sua intervenção concluindo que a nossa sociedade mudou de estilo de vida num intervalo de tempo inesperado, o que teve influência e para o qual a espécie humana não estava preparada, pelo que somos mais vulneráveis a ditas alterações. Assinalou também, que uma diminuição da qualidade seminal não tem porque influênciar na diminuição da taxa de natalidade, taxa que aumentou, já que são múltiplos os factores que a influênciam.