A cólica do lactente é uma síndrome comportamental própria dos bebés com idades compreendidas entre um e quatro meses, caracterizada por períodos prolongados de choro e mau estar difíceis de acalmar, que se desencadeiam sem causa aparente.

É mais provável que os episódios ocorram à tarde-noite e com maior intensidade geralmente entre as 4-6 semanas depois do nascimento do bebé e que irão diminuir pouco a pouco a partir das 12 semanas de vida.

Por que se produzem as cólicas do bebé

Na maioria dos casos da cólica do lactente não existe prova alguma de que o choro é causado por uma dor abdominal ou em qualquer outra parte do corpo. No entanto, é habitual os pais atribuírem a origem do choro à dor no abdómen de caráter digestivo.

Como saber se o meu bebé está a sofrer uma cólica do lactente

Do ponto de vista médico os critérios de diagnóstico são:

-Lactente com menos de cinco meses de idade;

-Episódios recorrentes e prolongados de choro, queixa ou irritabilidade, referidos pelos cuidadores, que ocorrem sem causa aparente e não podem ser prevenidos e resolvidos pelos mesmos;

-Nenhuma evidência de alteração no crescimento, febre ou doença associada.

Quanto dura uma cólica do lactente

Habitualmente, a cólica do lactente tem uma incidência de episódios de choro e/ou queixa de três ou mais horas diárias durante três ou mais dias durante a semana.

A distribuição é muito variável e depende da perceção dos pais e de influências culturais, entre outros fatores. De forma geral, estima-se que quatro em cada dez bebés têm cólicas de lactente.

Que sintomas tem um bebé com cólica do lactente

Os bebés com cólica do lactente mostram uma expressão facial de dor, por vezes associada a distensão abdominal, aumento de gases, eritema corporal e flexão das pernas sobre o abdómen, elementos que não constituem chaves de diagnóstico indicativas de dor ou doença orgânica por si só.

Tratamento da cólica do lactente

Em casos intensos é recomendado ensaios terapêuticos limitados no tempo para excluir alergia às proteínas do leite de vaca, dado que esta patologia pode apresentar sinais e sintomas muito semelhantes.

Embora, por vezes, sejam atribuídos a episódios de refluxo gastroesofágico por parte dos pais, não há provas de que o tratamento antirrefluxo diminua os episódios de choro.

As manobras de balanço rítmico com um ambiente relaxado, os sons monótonos e as vibrações podem tranquilizar o lactente, ainda que o choro possa retomar assim que pare a manobra.

Podemos dizer que mais de 90% do tratamento se baseia em ajudar os pais a superar este período de desenvolvimento do bebé, já que não é possível “curar” como tal a cólica.

É ao pediatra que compete fazer uma avaliação das necessidades dos pais e dos seus pontos vulneráveis, de forma a que lhes seja assegurado o seu cuidado e que lhes seja prestado apoio informativo o mais benéfico possível.

Quando ir ao pediatra por uma cólica do lactente

Antes de tudo, deve-se ter em conta uma série de sinais de alarme por parte dos cuidadores:

-Deve ir a uma consulta, em primeiro lugar, qualquer lactente que apresente problemas relacionados com alimentação, que não ganhe peso de forma adequada ou o seu reflexo de sucção não seja suficiente forte.

-A regurgitação é um fenómeno normal em lactentes e consiste num suave fluxo de conteúdo estomacal pela boca. No entanto, se o lactente apresenta vómitos (expulsão forçada de conteúdo estomacal pela boca) e/ou perda de peso deve ser consultado. Vómitos repetidos não fazem parte do diagnóstico de cólica do lactente.

-As fezes em lactentes com cólicas são normais. Apenas é necessário ir a uma consulta se apresentam sangue ou muco ou se são de tipo diarreico.