• O que é?

A gravidez múltipla ou, também conhecida, como gemelar ocorre quando uma gravidez origina a gestação de dois ou mais fetos. Ou seja, haverá pelo menos dois nascimentos provenientes de uma só gravidez.

A gravidez múltipla pode ser provocada pela libertação de dois óvulos no mesmo ciclo (sendo estes fecundados também por dois espermatozoides diferentes) ou pela união de apenas um óvulo e um espermatozoide.

No caso de dois óvulos e dois espermatozoides, os embriões, que se formam posteriormente, implantam-se de forma independente no útero e cada um tem sua própria placenta. Neste caso temos os chamados “gémeos falsos.

Quando falamos de apenas um óvulo e um espermatozoide, contrariamente ao caso anterior, estes embriões partilham a mesma placenta: os chamados “gémeos verdadeiros”.

Estes gémeos apresentam a mesma informação genética e são sempre do mesmo sexo.

A gravidez múltipla ou gemelar mais comum é a de dois fetos: gravidez dupla. A gravidez tripla (três fetos) e quádrupla (4 fetos), embora menos comuns, são também possíveis.

Para a confirmação do número de fetos presentes no útero da mulher realiza-se uma ultrassonografia.

Nos tratamentos de reprodução medicamente assistida é possível reduzir a probabilidade de ter uma gravidez múltipla. Atualmente, há uma maior procura destes tratamentos, principalmente por mulheres com uma idade mais avançada- o avançar da idade diminui as probabilidades de engravidar- e são também estas que apresentam um maior risco aquando de uma gravidez múltipla ou gemelar.

Esta é uma realidade que tem sido controlada em Portugal, através de uma limitação do número de embriões transferidos para o útero da mulher; atualmente é encorajada a transferência de um único embrião e só é permitido transferir no máximo dois embriões (quantidade definida por lei).

Em qualquer gravidez é fundamental haver um acompanhamento médico contínuo, mas no caso da gravidez múltipla ou gemelar esse acompanhamento é ainda mais decisivo. Isto, porque, estão em causa alguns riscos para a mãe e para o bebé.

• Riscos para a mãe e para o bebé

A gravidez gemelar apresenta mais probabilidade de ocorrer: 

-Diabetes gestacional, tal como numa gravidez única, deve ser controlada e o médico, que a acompanha, indicar-lhe-á o que deve fazer tendo em conta a sua situação;

-Hipertensão, também designada por pré-eclâmpsia. Esta ocorre quando a pressão sanguínea da mãe aumenta;

-Realizar o parto por cesariana.

De referir que na gravidez múltipla ou gemelar, o facto de a mãe estar a gerar mais do que um feto pode levar também a uma distensão excessiva do útero, dores nas costas mais acentuadas ou o aparecimento mais frequente de varizes.

Os bebés de uma gravidez múltipla ou gemelar apresentam mais probabilidade de:

-Nascerem prematuros: provocar um parto prematuro é uma decisão do médico que a acompanha e, está associada ao facto de querer proteger a saúde da mãe e dos bebés.

Relativamente à dúvida de realizar ou não cesariana, é importante mencionar que caso os bebés se encontrem na posição adequada e não se verifiquem outros problemas com a mãe, os partos vaginais ocorrem sem problemas. Tudo depende do próprio corpo da mãe e de como os bebés se encontrem.

-Baixo peso: esta questão está muitas vezes associada também ao nascimento prematuro.

-Defeitos congénitos: pode existir uma deficiência visual, ou, por exemplo, no caso dos pulmões não se desenvolverem completamente podem surgir alguns problemas respiratórios.

A realidade é que este tipo de gravidez apresenta mais riscos para a mãe e para o bebé, mas com o devido acompanhamento (um diagnóstico pré-natal mais específico, realização de exames com mais regularidade e uma maior consciencialização por parte da mãe para o que esta gravidez acarreta) é possível a gravidez decorrer sem problemas e a mãe desfrutar da mesma.