Estou grávida. O que devo comer?
A gravidez é um período crítico para o desenvolvimento futuro do bebé, já que é um momento em que a maioria das funções biológicas e os órgãos se estão a desenvolver para a futura vida. Qualquer ambiente que se desvie da normalidade vai provocar mudanças que podem afetar negativamente a vida adulta do feto.
Durante a gravidez, a alimentação deve ser equilibrada, variada, saudável, o mais natural possível e onde devem estar presentes todos os grupos de alimentos, sem excluir nenhum.
A distribuição de macronutrientes será:
- 45-65% de hidratos de carbono, predominantemente de absorção lenta e integrais;
- 20-35% de gorduras com destaque para o azeite de oliveira e ácidos gordos polinsaturados w3 (por exemplo, o ómega 3);
- 10-35% de proteínas.
É importante que nos pratos principais se consuma sempre hidratos de carbono para evitar as tão temidas hipoglicemias fetais - quando o nível de glucose, a principal fonte de energia para o organismo, é inferior ao normal.
Relativamente aos micronutrientes devemos prestar especial atenção ao consumo de alimentos ricos em:
- Ácido fólico: que está presente em verduras de folha verde, cereais integrais, leguminosas, bananas, ovos, frutos secos e na laranja. Este nutriente é necessário para o desenvolvimento correto do tubo neural, mas também para o desenvolvimento neuro comportamental do bebé. A falta do mesmo também está relacionada com anemia, baixo peso ao nascer e parto prematuro. Este suplemento deve ser utilizado durante toda a gravidez, pós-parto e a amamentação. Também na fase em que decide engravidar deve tomar este suplemento de forma a preparar o organismo para a futura gestação.
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- Vitamina B12: é necessária para a absorção do ácido fólico presente na carne, no leite e derivados, nos ovos, peixe e marisco. Não é necessária a suplementação da vitamina, exceto se a grávida fizer uma dieta vegetariana ou vegan.
- Ferro: está presente na carne, legumes e marisco. Deve consumir-se juntamente com alimentos ricos em vitamina C, como o sumo de laranja, e evitar o seu consumo com lácteos ou derivados, chá ou café. Estima-se que apenas 14-20% das mulheres grávidas têm níveis de ferro adequados.
- A manutenção de níveis adequados é importante, pois o seu défice está relacionado com parto prematuro, baixo peso ao nascer e atraso no desenvolvimento psicomotor. É recomendada a sua suplementação a partir do segundo trimestre.
- Iodo: é necessário para a síntese de hormonas da tiroide, uma vez que a tiroide fetal não funciona até às 18-20 semanas. Deve consumir-se até três porções diárias de leite ou derivados de leite e duas gramas de sal iodo por dia.
- Cálcio: é importante para a mineralização óssea e o seu défice está relacionado com o baixo peso ao nascer, atraso do crescimento fetal e maior risco de sofrer de hipertensão durante a gravidez. Para aumentar a sua absorção é necessário um adequado fornecimento de vitamina D. Tanto o cálcio, como a vitamina D estão presentes nos lácteos e derivados, sardinhas enlatadas, hortaliças de folhas verdes, frutos secos, laranja e a importante exposição solar de 20 minutos diários.
- Ácidos gordos essenciais de longa cadeia w3, especialmente o ácido docosa-hexaenóico (DHA): necessário para a maturação do cérebro e da retina. São múltiplos os benefícios do seu consumo: efeito protetor da placenta; importante para o desenvolvimento neurológico, visual e psicomotor do recém-nascido; reduz o risco de parto prematuro, baixo peso, asma e eczema infantil. Pode encontrar-se em peixes gordos, como o salmão, as sardinhas e algas marinhas.
Através da alimentação é possível melhorar a vida da mãe e do bebé e evitar correr alguns riscos que posteriormente se revelariam um problema. Adote uma alimentação saudável e equilibre o seu estilo de vida, vai ver que no futuro essas mudanças só trarão vantagens.
Dispomos de um gabinete de nutrição com a Drª Marta Carvalho, para que todos sejam acompanhados em todas as vertentes.
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